1º Ciclo – Turmas 101, 201 e 301

2º Ciclo – Turmas 401 e 501

“ESTOU SEMPRE NO COMEÇO, COMO VOCÊ”

FREIRE, Paulo; HORTON, Myles. O caminho se faz caminhando: conversas sobre educação e mudança social. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 78

Reabitando a escola, seu entorno, e “Interser”

Caminhante, são teus passos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se o caminho ao andar.
Ao andar, faz-se o caminho,
e ao virar-se para trás
vê-se a estrada que nunca
se há de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente esteiras no mar.

MACHADO, Antonio. Campos de Castela. Goiânia: Caminhos, 2017, p.164

O momento pede que ampliemos a nossa capacidade de identificação com os outros; capacidade de compaixão, de empatia. Não há, pensando nessa trama pulsante que é a vida, alguém que não esteja precisando de algum tipo de cura, portanto de aproximação amorosa. Nunca ficou tão explícita essa realidade: “intersomos”. Cura da Terra, nossa casa comum, e cura dos seres – já não podemos ter dúvidas sobre tal interação. Só conseguiremos com solidariedade, inclusão, calma e benquerência.

O momento é de impermanências, de dúvidas, de riscos, de incompreensões, todos sabemos. Não há caminho definido, pronto, apenas os nossos passos um pouco cambaleantes, no entanto, estamos relativamente seguros da urgência de reaprender, mais uma vez, recomeçar. E é por isso que estamos ainda mais centrados sobre o que é da ordem da proximidade, do comum; ainda mais atentos ao fato de que não existe aprendizagem sem afecção.

O momento grita por uma desintoxicação das telas, por respirar conscientemente, colocar os pés no chão, na areia, na terra, na grama, por aprender a valorizar e apreciar isso. Fazer comunhão com as coisas. Será um desafio aprender esse conteúdo, reconhecê-lo em sua urgência, sabemos.

O momento nos encoraja a reiterar nossas concepções em torno da criança como ser político e social, sujeito do próprio desenvolvimento, capaz de contribuir como este momento desafiador. Os estudantes são capazes de apontar caminhos na construção de um planejamento mais cooperativo (o que muitas vezes foi minimizado com a experiência do remoto). Mais do que nunca, precisam dizer, ouvir, assumir cooperações; não conseguiremos satisfatoriamente sem eles, sem esse envolvimento. Apostamos na autonomia, no pensamento crítico e criativo, na participação. Talvez possamos nos surpreender e deste contexto ainda obscuro e tenso, das estratégias que precisaremos construir, algo de revigorante aconteça na escola.

O momento é de acolher; aproveitamos as primeiras semanas para essa dedicação de corpo e alma. Priorizamos as sequências didáticas que valorizam a expressão do sensível e, de alguma forma, dialogavam com o que os grupos vinham conversando nos encontros síncronos – nas diferentes áreas – o que ajuda no sentimento de pertencimento, de compreensão, de “liga”.

Um abraço,
Equipe do Ensino Fundamental I

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